Esportes, mídia e mobilidade

Recentemente a Nielsen publicou a pesquisa 2012 Year in Sports report, sobre números de mídia das principais ligas americanas. O destaque, publicado no próprio blog da empresa, foi o resultado bastante contundente em relação ao consumo de esportes em smartphones e tablets.

Por exemplo, cerca de 60% das pessoas que consomem esporte em dispositivos móveis fazem pelo menos uma vez por dia. Já 10% e 12 % dos usuários de smartphones e tablets, respectivamente, fazem mais de 3 vezes por dia. Outro dado interessante é que o tipo de dado mais visto são os últimos resultados.

O fato aqui é que esportes e mobilidade são duas coisas cada vez mais inseparáveis e, a partir desse cenário, podemos levantar alguns questionamentos:

– Acesso a wi-fi gratuito em estádios e arenas esportivas se faz cada vez mais necessário, já que muitas vezes as redes 3G não suportam o grande tráfego de dados naquele momento. Parece óbvio né? Mas em todo o mundo ainda são poucos lugares que prestam esse serviço. Está aí uma ótima oportunidade para empresas de telecomunicação se aproximarem dos fãs do esporte.

– Lembra quando o noticiário da TV avisava que depois do intervalo eles passariam os gols da rodada? Então, cada vez mais pessoas já viram os gols da rodada faz tempo! Acabou o suspense. Dessa forma sobram às TVs o papel de aprofundar a notícia, trazer material exclusivo etc. Isso é uma mudança de paradigma profunda na forma como a notícia é distribuída.

– TVs conectadas à internet, tablets e videogames ainda são relativamente pouco usadas em comparação ao desktop normal e aos smartphones. Há um enorme campo de oportunidades para esses três tipos de aparelhos.

– Em relação aos videogames, é interessante notar que o jogo FIFA 13 já conta com uma funcionalidade onde é possível jogar os principais jogos da semana. Em outas versões talvez possamos esperar pelos jogos do dia, da hora ou do minuto…

Você pode fazer o download da pesquisa inteira por meio desse link.

Patrocinar não é só ter exposição de marca

O artigo abaixo foi escrito por Erich Beting e publicado originalmente no blog Negócios do Esporte, nesse link. Por que republicamos aqui?
1) concordamos integralmente
2) idéias boas devem ser compartilhadas e replicadas o máximo possível
3) admiramos o trabalho do Erich Beting 🙂
4) a foto abaixo não estava no post original, mas resolvemos ilustrá-lo assim pois a Kalunga patrocinando o Corinthians na década de 90 é um caso clássico do assunto tratado no texto (todo mundo sabia que ela existia, mas ninguém sabia o que era) 

A frase acima, para quem acompanha o blog já faz um bom tempo, é um dos mantras que defendo aqui. Quem busca no patrocínio apenas a exposição da marca, seja na camisa, na placa de publicidade ou na comunicação do evento, está fadado a não aproveitar alguns dos grandes benefícios que ele permite.

Historicamente nos acostumamos, no Brasil, a medir a efetividade de um patrocínio esportivo pela exposição “gratuita” em mídia que ele gerou. O número de vezes que a marca é estampada na TV, no jornal ou na revista serve como parâmetro pela indústria para justificar um investimento e, também, balizar o montante a ser investido no esporte.

Mas o grande barato não é ter a marca exposta, e sim aproveitar-se de benefícios exclusivos que só um patrocínio pode dar. Nesta última semana estive no Japão acompanhando a vitória corintiana do Mundial de Clubes. A viagem foi um convite da Toyota, que tem a cota de “apresentadora” do Mundial. Junto comigo estavam outros jornalistas e, mais importante, uma comitiva de 30 gerentes de vendas de concessionárias da marca. Pessoas que bateram meta de vendas e procedimentos de vendas e que, por conta disso, ganharam a viagem como prêmio da montadora.

Só a Toyota e outros patrocinadores do Mundial e da Fifa podem fazer ações desse tipo. A Adidas, por exemplo, levou um torcedor brasileiro para ver o torneio. Patrocinadora do Chelsea e  do campeonato, a empresa criou a ação para engajar o consumidor no Brasil. Nessas horas, ter o direito de fazer essa ação é muito mais importante do que ter a marca exposta na placa de publicidade, no uniforme do árbitro ou mesmo na bola do Mundial de Clubes.

Aos poucos, as empresas no Brasil começam a perceber que só a exposição não conta. Ela é muito importante. Mas, no mercado americano, por exemplo, ela é uma espécie de bônus para a marca que investe no esporte. Na Nascar, os principais patrocinadores dos carros não são as empresas que aparecem nele, mas sim aquelas que compram o pacote anual de relacionamento com a equipe e de ativação da marca nas corridas ao longo do ano. Quem quer só aparecer paga um montante ao time e também à TV que transmite o evento para ter a marca exposta.

Por aqui ainda vai demorar para chegarmos a esse grau de complexidade no esporte. Mas alguns exemplos já começam a mostrar que as marcas entenderam cada vez mais o benefício que é ser o detentor exclusivo de um patrocínio, travando qualquer ação da concorrência. A exposição não é o mais importante, mas ao mesmo tempo, é fundamental existir. Para ser um excelente benefício extra para o patrocinador. Resta o esporte começar a vender esse conceito para as empresas.

Top 5 cases brasileiros de marketing esportivo em 2012

Em dezembro sempre acontece um fenômeno bastante interessante na internet: blogs de todos os assuntos fazendo listas de melhores do ano. Aqui não poderíamos deixar essa tradição de lado, por isso resolvemos fazer a nossa de melhores cases de marketing esportivo.

E podemos dizer que 2012 foi especialmente interessante para o marketing esportivo brasileiro. Em âmbito internacional tivemos as Olimpíadas de Londres, pela primeira vez com presença massiva de mídias sociais, e mais localmente houve o fenômeno de futebol e de marketing chamado Corinthians, capaz de atrair a atenção de muitas marcas.

Mas os melhores cases, curiosamente, tem pouco a ver com esses fenômenos. A votação foi difícil e a verdade é que, nesse tipo de lista, muita coisa boa sempre é deixada para trás. Se você acha que alguma coisa importante ficou de fora, por favor, registre nos comentários do post.

Agora vamos ao que interessa:

PENALTY + VITÓRIA

A Penalty, fornecedora de material esportivo do Vitória da Bahia, aproveitou a tradicional camisa rubro-negra listrada do clube para fazer uma ação brilhante de responsabilidade social.

A partir do lema da torcida, “meu sangue é rubro-negro”, foi criada uma campanha para incentivar a doação de sangue pelos torcedores. Para isso a cor vermelha foi retirada da camisa, e o uniforme ganhou listras brancas e pretas.

Conforme os torcedores doavam sangue em locais específicos e batiam as metas o vermelho ia, gradualmente, voltando ao uniforme, que, no final da ação, voltou às cores normais.

 

GUARANÁ ANTARCTICA + SELEÇÃO BRASILEIRA

A fanpage do Guaraná Antarctica atingiu a marca de 5 milhões de seguidores, número compatível com a população de muitos países. Então a marca usou essa feliz coincidência para ativar seu patrocínio da Seleção Brasileira.

O próprio Mano Menezes, técnico na época, convocou jovens de todo o país a enviarem vídeos de 1 minuto mostrando porque deveriam jogar na Seleção do Guaraná. 12 pessoas foram selecionadas e disputaram um jogo contra a Seleção Sub-20 da Costa Rica, país cuja população tem o mesmo número da fanpage do Guaraná.

Essa ativação gerou muito boca a boca e, no final, a Seleção do Guaraná venceu a partida!

BRAHMA + COPA DO MUNDO 2014

Por anos tudo que o brasileiro sonhou foi ver uma nova Copa do Mundo sendo realizada no país, mas, assim que isso aconteceu, por diversas razões esse sonho parece ter se tornado um pesadelo para a opinião pública. “Imagina na Copa” acabou virando um bordão sarcástico que representa o medo de que todos os nossos problemas serão ampliados em julho de 2014.

A Brahma, indo na contramão desse sentimento, abraçou a causa contra o pessimismo com uma campanha que mostrou um ponto de vista mais positivo, ou seja, que faremos a maior festa de todos os tempos, resolvendo os problemas com a nossa típica alegria e felicidade.

 

VOLKSWAGEN + BEBETO

Em 1994 Bebeto imortalizou um de seus gols na Copa do Mundo por causa da comemoração onde balançava os braços, em homenagem a seu filho que tinha acabado de nascer.

Hoje, 18 anos depois do gol que Bebeto deu ao país, a Volkswagen aproveita a oportunidade para mostrar o mesmo pai dando um carro Gol de aniversário para Mattheus, seu filho.

Em outras palavras, a marca tinha um momento único em mãos e não deixou ele passar, contando uma bela história.

 

ZURICH SEGUROS

Em 25 de agosto, sábado, em um Palmeiras e Santos, milhares de torcedores que já estavam no estádio esperando o jogo começar quando foram surpreendidos por jogadores do São Paulo e Corinthians entrando em campo. Tratava-se de uma simulação, organizada pela Zurich Seguros, com todos os detalhes possíveis, de juiz e bandeirinha até o sistema de som do estádio anunciando a partida.

Obviamente que o público presente não entendeu nada do que estava ocorrendo e, logo depois do apito, veio a explição: “Ainda não inventamos seguro contra alterações no calendário. Mas você pode contar com a Zurich Seguros para cuidar dos seus bens, da sua vida e do seu futuro”. Em outras palavras, essa era uma ação da Zurich Seguros para promover seus serviços.

Tudo isso foi filmado e se tornou um vídeo com bastante repercussão na internet. Mas, buzz a parte, a curiosidade é que a Zurich não é patrocinadora de nenhum dos times envolvidos, muito menos do Campeonato Brasileiro.

Ativa Esporte no Wall Street Journal

A gente não costuma fazer post em causa própria, mas, nesse caso, achamos que valia a pena o registro.

O diretor geral da Ativa Esporte, Guilherme Guimarães, foi entrevistado para um artigo do Wall Street Journal sobre o atual momento do futebol brasileiro.

Está em inglês e pode ser acessado aqui.

7 regras de ouro dos Naming Rights para arenas

Eu e o Guilherme Guimarães contribuímos para o portal Mundo do Marketing com um post sobre naming rights para arenas. Abaixo republicamos, na íntegra, o conteúdo, cujo link original está aqui. Muito obrigado ao Daniel D ´Amelio pelo convite.

Por Redação, em 03/12/2012

Recentemente, alguns clubes de futebol brasileiros anunciaram que os “naming rights”, ou direito de nomear seus estádios, estavam à venda para marcas interessadas em batizá-los. No Brasil essa prática já é relativamente comum em cinemas, teatros e casas de espetáculos, mas quando o assunto é esporte, ainda estamos engatinhando.

Em 2005, o Atlético Paranaense foi pioneiro em vender o nome de sua arena para a Kyocera. Porém, três anos depois, o contrato não foi prorrogado e, desde então, o clube não encontrou um novo patrocinador para essa propriedade. Por qual motivo as empresas no Brasil não se mostram interessandas por batizar os estádios de nossos clubes? Nos Estados Unidos e na Europa isso é tão comum quando vender espaço na camisa. Então, por que não?

Há algum tempo, nosso amigo Tim Crow, CEO da Synergy Sponsorship, uma das mais conceituadas consultorias de marketing esportivo do Reino Unido, escreveu um belo postcom 6 regras para naming rights. Obviamente ele se focava mais no mercado europeu. Nós resolvemos tropicalizar essas regras, adaptando para a nossa realidade. Para o Brasil, acrescentamos uma.

1. O estádio deve ter apenas um nome curto. Se tiver dois nomes, um dos quais é a marca patrocinadora, adivinhe qual a mídia e os fãs vão cortar? Por exemplo, The Reebok Stadium, casa do Bolton Wanderes, funciona bem. Assim como The Emirates, casa do Arsenal. Do lado contrário há o SportsDirect.com@St James´s Park, casa do Newcastle. Qual a chance de alguém pronunciar esse nome inteiro?

2. Evite rebatizar um estádio com tradição. Se você fizer, correrá o risco de ter o nome cortado pela mídia e torcedores. Em outras palavras, é muito mais fácil começar com um novo estádio. Essa regra explica a aparente aversão de algumas marcas a patrocinar estádios brasileiros consagrados. Por outro lado, é uma boa oportunidade para os estádios que estão sendo construídos para a Copa.

3. A exceção para isso é quando um estádio não possui apelo com a torcida ou está decadente por algum motivo e, como resultado, precisa ser reformado e relançado. Por exemplo, na Inglaterra o Milennium Dome, espaço de exposições que nunca conquistou o público, virou “The O2” depois da reformulação. Caso o Corinthians resolvesse, por exemplo, fazer um upgrade na Fazendinha, que sempre foi motivo de piada, um novo nome poderia cair bem.

4. O patrocinador deve pagar o suficiente, e o maior problema de não fazer isso é que tanto a mídia quanto os torcedores podem interpretar o fato como um abuso ou ação de má fé. Na Inglaterra ocorreu um caso no qual um patrocinador pagou apenas 150 mil libras por ano para batizar o estádio de um time, uma quantia muito baixa comparando às campanhas que essa empresa fazia na TV. E isso pegou muito mal. No caso brasileiro, talvez a torcida ainda não tenha essa cultura, mas, por outro lado, é cada vez mais comum o torcedor médio opinar, informalmente, sobre qual patrocinador ele gostaria que seu clube conseguisse em momentos de renovação de contrato. Ou seja, não vai demorar para atingirmos esse grau de maturidade.

5. A marca deve apostar no longo prazo por dois motivos: demonstra comprometimento com o clube e, ao longo do tempo, o retorno sobre investimento em termos de mídia será enorme. Além disso, a mídia, o torcedor, todos, precisam de tempo para se acostumar a chamar o estádio de determinada forma.

6. Evite rebatizar um estádio com um apelido já definido. Se for para isso acontecer (e, muito provavelmente, acontecerá), que seja depois que os naming rights tenham sido adquiridos e com a participação da marca. Na verdade, essa é uma preocupação que os próprios clubes deveriam ter e, conhecendo o costume brasileiro, uma idéia seria vender o naming right antes mesmo do projeto ser apresentado publicamente.

7. Depois de seguir as regras de 1 a 6, é aí que o trabalho duro realmente começa – ganhar respeito e admiração dos torcedores e da mídia pelo que você está fazendo. E isso só é possível por meio de trabalho duro (ativação) e criatividade.

 

* Por Bruno Scartozzoni e Guilherme Guimarães

Guilherme Guimarães – Diretor Geral da Ativa Esporte e Diretor de Esportes do Conselho Britânico. Graduado em publicidade e jornalismo pela UFMG, e mestre em Gestão do Esporte pela Universidade de Sheffield (Inglaterra). Também já teve passagens pelo Comitê de Candidatura Rio 2016, Unilever, Geo Eventos e Aktuell Comunicação, sempre atendendo clientes como Nestlé, AND1 e Athina Onassis International Horse Show.

Bruno Scartozzoni – Diretor de Planejamento da Ativa Esporte e Professor de Storytelling e Transmídia da ESPM. Graduado em Administração Pública, e pós-graduado em Marketing, em ambos os casos pela EAESP – FGV. Também já teve passagens pela Talk Interactive, Aktuell Comunicação e Banco de Eventos, sempre atendendo clientes como Nokia, Nestlé, J.Macêdo, Sebrae e Prefeitura de São Paulo.

Marvel Comics e Brooklyn Nets se juntam para criar mascote

Algum tempo atrás escrevemos aqui sobre mascotes, essas propriedades fofíssimas que são relativamente pouco usadas por clubes e patrocinadores. Um grande potencial desperdiçado.

Pois bem, recentemente nos deparamos com uma notícia bastante interessante, envolvendo justamente o Brooklyn Nets, time de basquete da NBA, que chamou a Marvel para desenvolver seu novo mascote.

O resultado é o Brooklyn Knight (Cavaleiro do Brooklyn), primeiro mascote da liga com jeitão de super herói, e que, além de ter sido materializado fisicamente, como se vê na foto abaixo…

…também apareceu em uma revista de 32 páginas, distribuída para o público do Barclays Center, arena do time.

Algumas especulações a partir desse fato:

– Isso pode se tornar um negócio rentável e, até então, impensado para a Marvel e outras editoras de quadrinhos.

– Mascotes, via de regra, surgem de tradições. Para um time novo, como é o caso do Brooklyn Nets, quando dá para criar algo do zero, a ajuda de profissionais é interessante.

– Mais do que um mascote, que funciona mais como um ícone estático, nesse caso foi criado um personagem, que tem movimento. A materialização de uma revista de 32 páginas é um ótimo exemplo para mostrar a diferença.

– E se o personagem realmente der certo e se tornar um título mensal da editora?

– E se ele fizer parte do mesmo universo ficcional e, de repente, conviver com personagens como o Homem-Aranha ou os Vingadores? Qual será o tamanho dos ganhos disso para o Brooklyn Nets?

– Poderia o Brooklyn Knight ter um patrocinador? Na história poderia ser a empresa que fornece tecnologia para que o super-herói combata o crime, por exemplo…

via Mkt Esportivo

Adidas pega rota alternativa para chegar ao Japão

Quando o Corinthians foi campeão da Libertadores várias marcas se aproveitaram do momento para fazer ativações bacanas, como já documentamos aqui. Agora que o Mundial de Clubes se aproxima, é natural que todo mundo tente novamente tirar uma lasquinha desse fato histórico, associando sua marca ao time brasileiro.

Até aí nada de inesperado, certo?

O curioso é ver como a Adidas pegou carona no Chelsea, um dos times que patrocina, para fazer um concurso que levará um torcedor até o Japão. Isso nos leva a pensar sobre o assunto…

O Corinthians é patrocinado pela Nike, ou seja, seria impossível para a Adidas se associar ao time.

Como o foco da atenção nesse jogo é o Corinthians, o esperado seria a Adidas não fazer nenhum tipo de ativação.

Por outro lado a torcida pró-Chelsea (ou anti-Corinthians) também é enorme…

E o Chelsea acabou de contratar um craque brasileiro, o Oscar.

A decisão de ativar a propriedade Chelsea para falar do Mundial de Clubes tem seu risco, mas há tanta atenção voltada para esse momento que a Adidas não poderia deixar passar.

Agora só resta saber se a maioria dos participantes desse concurso serão mesmo pró-Chelsea ou então corinthianos disfarçados.

Aposto na segunda opção, o que seria um problema para a Adidas na hora de ativar o ganhador do concurso lá no Japão.

Mas, por outro lado, isso tudo já serviu de mote para fazer esse auê no shopping.

Ou seja, ponto pra Adidas.

Simon Chadwick fala sobre aprendizados em Londres 2012 e muito mais

Eu e o Guilherme Guimarães contribuímos para o portal Mundo do Marketing com um post sobre a visita de Simon Chadwick no Brasil. Abaixo republicamos, na íntegra, o conteúdo, cujo link original está aqui. Muito obrigado ao Daniel D ´Amelio pelo convite. 🙂

Por Redação, em 22/11/2012
* Texto de Guilherme Guimarães e Bruno Scartozzoni.


Na semana passada, uma das maiores autoridades europeias em Marketing esportivo, Simon Chadwick, esteve no Rio de Janeiro para falar sobre os aprendizados dos Jogos Olímpicos de 2012, os desafios para Rio 2016 e, também, sobre o Marketing de emboscada, em um evento organizado pelo Conselho Britânico e Coppead (UFRJ). O britânico é uma referência acadêmica na área, professor da Universidade de Coventry, diretor do Centro de Negócios Internacionais do Esporte e consultor de diversas marcas ao redor do mundo.

Ele abriu sua palestra falando sobre os Jogos Olímpicos em um contexto maior para a cidade e o país. Londres 2012 estava aliada a um plano de revitalizar o lado leste da cidade, disseminar a prática esportiva no Reino Unido e mostrar ao mundo o lado mais criativo e de vanguarda da cultura e economia britânicas. Não foi a toa que, pela primeira vez em muito tempo, vimos uma cerimônia de abertura que falou pouco sobre a formação do país e mais sobre aspectos modernos.

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Em termos numéricos estima-se que, diferente das Olimpíadas de Montreal, em 1976, que foi paga pelos contribuintes locais até poucos anos atrás, Londres 2012 conseguiu empatar a conta. Dessa forma os verdadeiros ganhos não são financeiros, e sim de imagem. Tudo isso foi pensado de antemão e o Brasil, como sede da Copa de 2014 e das Olimpíadas de 2016, também deve ter metas claras do que pretende com o evento.

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Outro ponto abordado foi a questão do plano B. Segundo Chadwick, Londres tinha locações reservas para o caso de algum estádio ou arena não ficar pronto a tempo. No final tudo correu de forma quase perfeita e os jogos foram considerados os mais organizados da história. Mas o plano B foi essencial para garantir tranquilidade.

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Já no segundo bloco, sobre Marketing de emboscada, ou “ambush marketing”, Chadwick mostrou vários cases recentes, como a da cervejaria holandesa Bavaria, que parece ter se especializado nesse tipo de ação. Até que, na Copa da África do Sul, foram pegos pela FIFA e tiveram que assinar um acordo prometendo não fazer nada do tipo pelas próximas edições do evento.

Para ele, o Marketing de emboscada cada vez mais vai além do oportunismo, passando a ser uma plataforma de atitude para as marcas. Em muitos casos, a crescente regulamentação dos contratos de patrocínio faz com que a opinião pública fique contra os órgãos que organizam grandes eventos esportivos e a favor das marcas que burlam as regras. Aliás, esses contratos acabam restringindo tanto as marcas patrocinadoras que, na prática, as que vão pelo caminho da emboscada acabam tendo muito mais liberdade criativa.

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Em suma, o professor deixou claro que o Brasil e as marcas do país viverão uma oportunidade única na história, tanto com a Copa quanto como com as Olimpíadas e, portanto, devem se preparar para isso. A chave está em metas claras e um planejamento bem feito.

*Autores:

Guilherme Guimarães – Diretor Geral da Ativa Esporte e Diretor de Esportes do Conselho Britânico. Graduado em publicidade e jornalismo pela UFMG, e mestre em Gestão do Esporte pela Universidade de Sheffield (Inglaterra). Também já teve passagens pelo Comitê de Candidatura Rio 2016, Unilever, Geo Eventos e Aktuell Comunicação, sempre atendendo clientes como Nestlé, AND1 e Athina Onassis International Horse Show.

Bruno Scartozzoni – Diretor de Planejamento da Ativa Esporte e Professor de Storytelling e Transmídia da ESPM. Graduado em Administração Pública, e pós-graduado em Marketing, em ambos os casos pela EAESP – FGV. Também já teve passagens pela Talk Interactive, Aktuell Comunicação e Banco de Eventos, sempre atendendo clientes como Nokia, Nestlé, J.Macêdo, Sebrae e Prefeitura de São Paulo.

Curso de Marketing Esportivo da Ativa Esporte – 23/02 no Envolve Coworking

ATENÇÃO: Devido a muitos pedidos de alunos interessados, que queriam fazer o curso, mas não agora, já que estava perto demais das festas de fim de ano, o evento foi adiado para 23 de fevereiro de 2013, depois do carnaval. Programa, carga horária e instruções para inscrição não se alteram.

Nos vemos lá!

A Copa de 2014 está quase aí e as Olimpíadas de 2016 acontecem daqui a pouco. Todo mundo já alardeou sobre a importância do marketing esportivo antes e depois desses eventos e o mercado brasileiro, de fato, está entrando em um outro estágio de maturidade em relação à esse assunto.

Mas, e você, como profissional de marketing ou comunicação, está realmente preparado?

Pensando nisso a Ativa Esporte e o Espaço Envolve Coworking se uniram para oferecer um curso rápido intenso. A idéia é explorar, na manhã de um sábado, um pouco de teoria e muita prática sobre marketing esportivo. Serão 4 tópicos em 4 horas, desenhados especialmente para dar um panorama geral e proporcionar uma imersão no assunto.

Para se inscrever, envie email para contato@espacoenvolve.com.br. Mais informações no flyer abaixo.

Esperamos por você!

Mascotes: uma propriedade riquíssima e pouco explorada

Essa foto que você vê aí em cima foi tirada em 26 de outubro, quando aconteceu a Corrida dos Mascotes, organizada pelas segunda, terceira e quarta divisões do futebol inglês.

O evento é realizado anualmente e faz parte de um calendário de ações para promover o “parceiro de caridade”, que nesse ano é a causa do câncer de próstata.

O campeão desse ano foi o Leão Yorkie, do time York City. Para ver mais detalhes sobre a ordem de chegada dá uma olhada no post do Futebol Marketing, onde lemos essa notícia.

Mais do que uma ação extremamente simpática (impossível não sorrir ao se deparar com a foto), e que poderia ser reproduzida em qualquer campeonato do mundo, essa notícia também serve para mostrar o poder de articulação das divisões menos favorecidas do campeonato inglês.

Com times relativamente pequenos e com menor exposição midiática, é justo que eles se unam na hora de criar eventos capazes de conquistar tanto o público quanto a imprensa. E de quebra ainda devem conseguir alguns novos torcedores.

Aqui no Brasil o programa Esporte Espetacular realizou, em 2010, uma gincana de mascotes dos times brasileiros. Veja a primeira parte no vídeo abaixo:

E no carnaval de Olinda existe uma corrida de mascotes dos times de Pernambuco, vejam só:

São ações bacanas, mas que teriam um potencial muito maior se fossem abraçadas pelos clubes de forma mais profissional, e também, porque não, por seus patrocinadores. Esse é um terreno fértil para a criação de ações simpáticas e inusitadas. Vamos explorar?